domingo, 1 de setembro de 2013

Esboço Domincal

Esboço para para auxiliar os professores da EBD que trabalham com classes adultas
Elaboração da Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais em PE

Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicai
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524
LIÇÃO 09 – CONFRONTANDO OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO - 3º TRIM/2013
(Fp 3.17-21)
INTRODUÇÃO
Nesta lição definiremos o termo “confrontar”. Veremos também, a importância de estarmos preparados para
defender a nossa fé com “mansidão e respeito” (I Pe 3.15). Destacaremos quem eram os “inimigos da cruz” de quem se
refere o apóstolo Paulo e quais eram as características que identificavam estes tais, como opositores do verdadeiro
evangelho. Por fim, pontuaremos o que significa ser inimigo da cruz a fim de que possamos hoje distinguir estes hereges
e assim “batalharmos pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 1.3).
I - DEFINIÇÃO DO TERMO “CONFRONTAR”
O Aurélio define a palavra “confrontar” como: “pôr frente a frente”. Já a expressão “confronto” por sua vez
significa: “ato ou efeito de confrontar. Paralelo, comparação”. O sentido é de comparar a tradução com o original para
verificar se estava fiel. Na Teologia, a prática de defender a fé é chamada de “apologia”. Em si esta palavra também
significa “confrontar”, visto que o sentido é de “comparar a interpretação bíblica com o seu sentido original”. O
Dicionário Teológico de Claudionor de Andrade define a apologia da fé cristã como a ciência que tem por objetivo
defender as verdades centrais da fé cristã, mostrando, de forma sistemática, racional e lógica, a veracidade, a
singularidade, a supremacia e a origem divina das Sagradas Escrituras como a Palavra de Deus e como a nossa única
regra de fé e prática (CLAUDIONOR, 2006, p. 56). O apóstolo Pedro exorta-nos dizendo “estai sempre PREPARADOS
para RESPONDER com MANSIDÃO e TEMOR a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós”
(I Pe 3.15-b).
II - O QUE SIGNIFICA SER INIMIGO DA CRUZ
As palavras do apóstolo definem estes homens hereges como “inimigos da cruz de Cristo”. Esta acusação feita
por Paulo indica a corrupção tanto de doutrinas como da prática diária. Eles interpretavam mal a liberdade cristã,
considerando-a liberdade de toda restrição moral (Rm 6.1). Isto significa dizer que, um grupo desses gentios libertinos
não eram diretamente opositores da pessoa de Cristo, e sim, das doutrinas que ensinavam os cristãos a terem uma vida
piedosa. Portanto, “ser inimigo da cruz”, significa querer um cristianismo sem três coisas fundamentais exigidas pelo
próprio Jesus, àqueles que querem segui-lo (Mt 16.24,25).
· Renúncia. “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo” (Mt 16.24-a). Os gnósticos libertinos
desejavam conciliar seguir a Cristo e viver segundo os prazeres carnais. Mas, ser cristão é estar disposto a
renunciar as obras da carne para viver uma vida no Espírito (Rm 6.12-19; 8.1,4; I Pe 1.13-16).
· Sacrifício. “tome sobre si a sua cruz” (Mt 16.24-b). De acordo com a Lei, ao sacrificar um animal, o sacerdote
deveria matá-lo, cortá-lo em pedaços e colocar sobre o altar. Na perspectiva paulina, o culto cristão consiste em
apresentar os nossos corpos em “em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12.2-b).
· Morte. “Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim,
achá-la-á” (Mt 16.25). Essa morte a que Jesus se refere, pode ser tanto a morte do “eu” quanto, se preciso for,
por causa da lealdade a Cristo, sofrer o martírio (Lc 14.26; Gl 2.20; Ap 2.10). O batismo nas águas, uma das
ordenanças de Cristo, é um símbolo da morte e ressurreição que cada discípulo se submete numa confissão
pública de fé da parte daquele que está disposto “a morrer para o mundo e viver para Deus” (Rm 6.4; Cl 2.12).
III - QUEM ERAM OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO EM FILIPOS
3.1 “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando” (Fp 3.18-a). Segundo
Paulo eram muitos aqueles que procuravam perverter o evangelho. Deve-se ressaltar também que esses “inimigos da
cruz” eram crentes professos que viviam no seio da igreja. A Bíblia na versão ARA (Almeida Revista e Atualizada)
traduz (Fp 3.18-a) da seguinte forma: “Pois muitos andam entre nós”. Pela palavras do apóstolo, percebemos que ele já
havia advertido os crentes filipenses a respeito desses homens que propagavam heresias “dos quais muitas vezes vos
disse” (Fp 3.18-b). Infelizmente, tanto externa quanto internamente se levantariam hereges que iriam tentar desfocar o
rebanho com interpretações errôneas do evangelho. Isto fazia o apóstolo Paulo derramar lágrimas pelo cuidado que tinha
com a Igreja de Deus “e agora também digo, chorando” (Fp 3.18-c). Confira também (At 20.31).
3.2 “Que são inimigos da cruz de Cristo” (Fp 3.18). Dois grupos se pessoas se destacam aqui como os “inimigos da
cruz de Cristo” os judaizantes e os gentios gnósticos. Vejamos algumas informações sobre esses no que eles acreditavam:
3.2.1 Os judaizantes. Movimento surgido nas primeiras décadas da Igreja Cristã, cujo objetivo era forçar os crentes
gentios a observar a Lei de Moisés, principalmente a Lei cerimonial, que incluía: a prática da circuncisão, a abstinência de
alguns alimentos e a guarda do sábado e dias tidos como especiais (Cl 2.16-23). Por isso Paulo se refere a estes como:
“guardai-vos da circuncisão” (Fp 3.2-c). Na verdade, esse movimento pretendia reduzir o Cristianismo a uma mera seita
judaica. Contra esta perspectiva errônea, Paulo se interpôs veementemente em suas cartas (Rm 3.28; Gl 2.16; 3.11; 3.24),
mostrando que o verdadeiro sentido espiritual da circuncisão é o despojar-se (tirar de sobre si) da carne (Fp 3.3; Cl 2.11).
CIRCUNCISÃO NA CARNE BATISMO ESPIRITUAL
Ritual da Lei (Lv 12.3; Gl 5.3) Doutrina da graça (Rm 6.3-5)
Involuntária (Gn 17.12-14) Voluntário (Rm 4.11)
Ato físico e humano (Lv 12.3; Gn 17.11-a) Ato espiritual e divino (Cl 2.11)
Simbolizava a separação do pecado
(Gn 17.11-b)
Simboliza o sepultamento de uma criatura irregenerada e seu
novo nascimento (Cl 2.12)
Identidade do povo de Israel (Gn 17.10-14; Êx 12.44-49) Identidade da Igreja de Cristo (Gl 6.15; Fp 3.3)
3.2.2 Os gnósticos. Uma heresia dos primórdios do cristianismo. O termo “gnose” do grego gnônis, significa:
“conhecimento, sabedoria”. Portanto, diz respeito a um “pretenso conhecimento da divindade que, esotericamente, se
transmite através da tradição e mediante vários ritos de iniciação”. Esse movimento surgiu a partir de filosofias pagãs
mais antigas que o próprio cristianismo, que floresceram na Babilônia, Egito, Síria e Grécia. Assim, o gnosticismo uniu a
filosofia pagã com as doutrinas apostólicas do cristianismo, tornando-se uma forte influência na igreja. Vejamos os dois
grupos gnósticos e seus pontos de vista e a perspectiva paulina quanto as suas doutrinas:
PONTOS DE VISTA DOS GNÓSTICOS PERSPECTIVA PAULINA
1) A libertinagem exaltada. Certos mestres gnósticos
ensinavam que “a libertinagem era a lei de Deus”. Como o
corpo era mau, devia ser entregue desenfreadamente aos
seus desejos, pois isto não afetaria em nada o espírito.
Na visão de Paulo o homem é corpo, alma e espírito (I Ts 5.23).
Logo, não há possibilidade de pecar com o corpo e não prejudicar
o espírito (Rm 8.8; II Co 7.1). Ademais, o nosso corpo é templo e
morada do Espírito Santo (I Co 6.19,20).
2) O ascetismo exaltado. Eles ensinavam que, por ser o
corpo essencialmente mau, deveria ser tratado com
severidade, regras rígidas, flagelamento, privações,
isolamento, jejuns forçados, desprezo pelo casamento e
pelo mundo material.
Para Paulo a salvação é pela graça independente das obras da Lei
(Rm 3.28; Ef 2.8); De modo que apesar de ensinar os cristãos a
viverem no Espírito, dominando a sua natureza caída (Rm 8.1;
Gl 5.16), não lhes proibia casar para se satisfazerem sexualmente
com o seu cônjuge (I Co 7.1-4,7,9). O apóstolo não ensinava que a
vida do cristão deveria estar isolada do mundo (I Co 5.9-11;
Fp 2.15).
IV – CARACTERÍSTICAS DOS INIMIGOS DA CRUZ
Paulo exortou os cristãos filipenses a seguirem seu exemplo e dos que procedem como ele (Fp 3.17). No entanto,
a cerca dos hereges, Paulo cita as indicações de como eles agem, a fim de que aqueles servos de Deus soubessem fazer a
diferença entre o verdadeiro e o falso. Eis algumas características dos inimigos da cruz: (1) “cujo Deus é o ventre”
(Fp 3.19-b) - como podemos ver , seu deus, ou seja, o objeto supremo de sua preocupação, era o ventre. A referência não
foi feita apenas à glutonaria, mas os excessos sexuais; (2) “e cuja glória é para confusão deles” (Fp 3.19-c) - A glória
dessa gente não consiste de algum lugar nos lugares celestiais (Ef 1.3) e nem na cruz (Gl 6.14) tampouco de Cristo e de
Deus Pai (I Co 1.30,31). Antes, gloriam-se em si mesmos, no seu próprio intelecto ou em alguma realização que
consideram ser de extremado valor, mas que na opinião paulina “é para confusão deles”; (3) “que só pensam nas coisas
terrenas” (Fp 3.19-d) – Faltava a estes homens o desejo intenso pela aquisição das coisas espirituais, pois faziam do
próprio “eu” e das coisas terrenas o grande alvo da sua existência. Paulo diz que o fim destes “é a perdição” (Fp 3.19-a).
CONCLUSÃO
Não são poucos aqueles que têm se levantado contra o verdadeiro evangelho de Cristo, pregando heresias e
tentando reduzir o cristianismo a dois perigosos extremos: legalismo e a libertinagem. Diante destes dois desafios
devemos como cristãos estar preparados para defender a nossa fé e nos conservarmos “irrepreensíveis para a vinda de
nosso Senhor Jesus Cristo” (I Ts 5.23).
REFERÊNCIAS
· CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
· STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
· ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentári

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