Avaliando a moral
Há quem diga que a reflexão da moral fica em cargo da ética. Mas o que é ética? Houaiss explica que “é parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano”. Nesse casso, cabe aqui uma reflexão a respeito dos valores ou exortações presentes na motivação da mídia, distorção dos políticos e disciplina do cidadão comum.
A mídia, em algumas de suas facetas, apresenta um total descomprometimento com a formação e informação. É dada ênfase em grande escala ao entretenimento dos ouvintes e telespectadores. Contribuindo em grande parte com o desenvolvimento de uma geração sem ética, ou seja, sem a capacidade de refletir sobre a moral. Luiz Sayão, professor de Filosofia da Religião, afirma que “uma sociedade sem ética torna-se insuportável”, e é isso mesmo que é visto.
O professor Rubens Junior ensinou certa vez que é bom fugir das generalizações. Portanto, é bom se fazer justiça ao falar das distorções dos políticos. Não são todos! São quase todos.
Existe uma minoria de políticos honrando o compromisso que fez perante Deus e a sociedade. Mas não deveria ser a maioria? Fala-se justamente em minoria para não generalizar que todos estão fazendo justiça. Agora por último, na edição de 22 de setembro deste ano, a revista Veja traz a expressão de Vinícios, ex-funcionário da Casa Cívil, “Caraca! Que dinheiro é esse?”. Isso ao abrir uma gaveta cheia de pacotes de dinheiro, na reação mais extraordinária do escândalo que derribou Ereníce Guerra, até então funcionária do Planalto. E o que é pior, todos ligados com a candidata a presidenta, Dilma Rousseff, a qual negou, logicamente, não ter nada a ver com esses reais. Seriam aqueles indivíduos “laranjas” na arrecadação de fundos para campanha?
Cada cidadão, formador de opinião ou não, deve viver acima de qualquer suspeita. Seja na mídia, na política, na repartição pública ou privada, nas ruas ou dentro de sua própria casa; o cidadão deve, ou pelo menos deveria, ter uma consciência do que é o certo e preterir sempre o errado.
Israel Belo de Azevedo escreveu certa vez um livro que traz por título “O Olhar da Incerteza” fazendo uma crítica da cultura contemporânea. Mas, será possível que algum dia o olhar do cidadão para o outro terá certeza do que realmente está vendo? Os questionamentos surgem a cada dia, todavia, que a reflexão da moral, a ética, proporcione as respostas certas.
Por
Pr. Gilmar Tavares Reis
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